Coroinhas de Santo Aleixo

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Resumo dos livros da Bíblia - Evangelhos

EVANGELHOS

A palavra "Evangelho" vem do grego "evangélion", que quer dizer "Boa Notícia". Para os apóstolos era "aquilo que Jesus fez e disse"(At 1,1). É a força renovadora do mundo e do homem.
A Igreja reconhece como canônicos (inspirados por Deus) os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os três primeiros são chamados de "sinóticos" porque podem ser lidos em paralelo, já o de São João é bastane diferente. Existem também evangelhos apócrifos que a Igreja não reconheceu como Palavra de Deus. São os de Tomé, de Tiago, de Nicodemos, de Pedro, os Evangelhos da Infância, etc. Eles contém verdades históricas junto narrações fantasiosas e heresias.
Os evangelhos são simbolizados pelos animais descritos em Ez 1,10 e Ap 4,6-8: o leão (Marcos), o touro (Lucas), o homem (Mateus), a águia (João). Foi a Tradição da Igreja nos séculos II a IV que tomou esta simbologia tendo em vista o início de cada evangelho. Mateus começa apresentando a genealogia de Jesus (homem); Marcos tem início com João no deserto, que é tido como morada do leão; Lucas começa com Zacarias a sacrificar no Templo um touro, e João começa com o Verbo eterno que das alturas desce como uma águia para se encarnar.
Jesus pregou do ano 27 a 30 sem nada deixar escrito, mas garantiu aos Apóstolos na última Ceia, que o Espírito Santo os faria "relembrar todas as coisas" (Jo14, 25) e lhes "ensinaria toda a verdade" (Jo 16,13). Desta promessa, e com esta certeza, a Igreja que nasceu com Pedro e os Apóstolos, sabe que nunca errou o caminho da salvação. De 20 a 30 anos após a morte de Jesus os Apóstolos sentiram a necessidade de escrever o que pregaram durante esses anos, para que as demais comunidades fora da Terra Santa pudessem conhecer a mensagem de Jesus.

O Evangelho de Mateus - é o primeiro que foi escrito, em Israel e em aramaico, por volta do ano 50. Serviu de modelo para Marcos e Lucas. O texto de Mateus foi traduzido para o grego, tendo em vista que o mundo romano da época falava o grego. O texto aramaico de Mateus se perdeu. Já no ano 130 o Bispo Pápias, da Frígia, fala deste texto.
Também Santo Irineu (†200), que foi discípulo de S. Policarpo, que por sua vez foi discípulo de S. João evangelista, fala do Evangelho de Mateus, no século II.
Comprova-se aí a historicidade do Evangelho de Mateus. Ele escreveu para os judeus de sua terra, convertidos ao cristianismo. Era o únicos dos apóstolos habituado à arte de escrever, a calcular e a narrar os fatos. Compreende-se que os próprios Apóstolos do tenham escolhido para esta tarefa. O objetivo da narração foi mostrar aos judeus que Jesus era o Messias anunciado pelos profetas, por isso, cita muitas vezes o Antigo Testamento e as profecias sobre o Messias. Como disse Renan, o evangelho de Mateus tornou-se ¨o livro mais importante da história universal¨.

O Evangelho de Marcos - S. Marcos não foi apóstolo, mas discípulo deles, especialmente de Pedro, que o chama de filho (1Pe 5,13). Foi também companheiro de S. Paulo na primeira viagem missionária (At 13,5; Cl 4, 10; 2Tm 4,11). O testemunho mais antigo sobre a autoria do segundo evangelho, é dado pelo famoso bispo de Hierápolis, na Ásia Menor, Pápias (†135).

O Evangelho de Lucas - Lucas não era judeu como Mateus e Marcos, mas pagão de Antioquia da Síria (Cl 4, 10-14). Era culto e médico. Ligou-se profundamente a S. Paulo e o acompanhou em trechos da segunda e terceira viagem missionária do apóstolo (At 16, 10-37; 20,5-21). No ano de 60 foi para Roma com Paulo (At 27,1-28) e ficou com ele durante o seu primeiro cativeiro (Cl 4, 14; Fm 24) e acompanhou Paulo no segundo cativeiro (2Tm 4,11). A Tradição da Igreja dá seguinte testemunho deste Evangelho.
O texto foi escrito em grego, numa linguagem culta e há uma afinidade com a linguagem e a doutrina de S. Paulo. foi escrito por volta do ano 70. Como escreveu para os pagãos convertidos ao cristianismo, não se preocupou com o que só interessava aos judeus.
Mateus mostra um Jesus como Mestre notável por seus sermões - o novo Moisés, Marcos o apresenta como o herói admirável ( o Leão da tribo de Judá - Ap 5,5), Lucas se detém mais nos traços delicados e misericordiosos da alma de Jesus. É o evangelho da salvação e da misericórdia. É também o evangelho do Espírito Santo e da oração. E não deixa de ser também o evangelho da pobreza e da alegria dos pequenos e humildes que colocam a confiança toda em Deus.

O Evangelho de João - S. João era filho de Zebedeu e Salomé (cf. Mc 15,40) e irmão de Tiago maior (cf. Mc 1, 16-20). Testemunhou tudo o que narrou, com profundo conhecimento. É o "discípulo que Jesus amava" (Jo 21,40). Este evangelho foi escrito entre os anos 95 e 100 dC., provavelmente em Éfeso onde João residia.
João não quis repetir o que os três primeiros evangelhos já tinham narrado, mas usou essas fontes. Escreveu um evangelho profundamente meditado e teológico, mais do que histórico como os outros. Contudo, não cedeu a ficções ou fantasias sobre o Mestre, mostrando inclusive dados que os outros evangelhos não tem. Apresentando essa doutrina ele quis fortalecer os cristãos contra as primeiras heresias que já surgiam, especialmente o gnosticismo que negava a verdadeira encarnação do Verbo. Cerinto e Ebion negavam a divindade de Jesus, ensinando a heresia segundo a qual o Espírito Santo descera sobre Jesus no batismo, mas o deixara na Paixão. É um evangelho profundamente importante para a teologia dogmática e sacramental especialmente. 

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