A ressurreição de Jesus
N a madrugada de domingo, algumas mulheres vão ao túmulo onde Jesus foi sepultado, e encontram removida a pedra da entrada, e o túmulo vazio. Ficam desconcertadas. Avisam imediatamente os apóstolos. Estes têm dificuldade de acreditar. Pedro e João vão conferir. Dão com o túmulo vazio, mas não vêem Jesus.
Aos discípulos de Emaús, desiludidos perante os últimos acontecimentos, o próprio Jesus, disfarçado de peregrino, esclarece: "Como vocês custam para entender, e como demoram para acreditar em tudo o que os profetas falaram! Será que o Messias não devia sofrer tudo isso, para entrar na sua glória?" (Lc 24,25-26).
As aparições de Jesus ressuscitado terão a força de consolidar os discípulos na fé (cf. Mc 16,9; Mt 28,9-10; Lc 24,37-39; Jo 20,27; 21,10).
Várias aparições de Jesus às mulheres e aos apóstolos, em momentos e circunstâncias diferentes, vão dando sentido ao túmulo vazio. De fato, Jesus está vivo e aparece a seus amigos. Devolve a eles a alegria e o conforto da sua presença. Reforça-Ihes a fé e a esperança. Confirma-Ihes a certeza de que o caminho para Deus agora está livre, desimpedido. O mundo todo pode alegrar-se.
Liturgia da Páscoa
Toda a liturgia do dia da Páscoa está centrada na pessoa de Jesus Cristo ressuscitado.
a) A oração do dia começa proclamando: "Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade".
b) A primeira leitura (At 10,34a.37-43) traz uma síntese da pregação apostólica, isto é, o anúncio da morte e ressurreição de Cristo.
c) A segunda leitura (CI 3,1-4) é um convite aos cristãos a procurar as coisas do alto, onde está Cristo. Não se trata de desprezar as coisas terrenas, mas descobrir a vida nova revelada em Jesus Cristo.
d) O Evangelho segundo João (Jo 20,1-9) relata que Pedro, João e Maria Madalena são as primeiras testemunhas da ressurreição de Cristo. O sepulcro vazio indica que Jesus não ficou prisioneiro da morte, mas está vivo.
e) A oração sobre as oferendas mostra uma assembléia "transbordando de alegria pascal".
f) O primeiro prefácio da Páscoa salienta que Cristo, "morrendo, destruiu a morte, e ressurgindo, deu-nos a vida".
g) A antífona da comunhão lembra que "Cristo, nossa Páscoa, foi imolado".
h) Finalmente, a oração depois da comunhão faz votos de que todos nós, "renovados pelos sacramentos pascais, cheguemos à luz da ressurreição".
Símbolos da Páscoa
• Círio pascal: simboliza a presença de Cristo ressuscitado, luz do mundo, no meio da sua comunidade: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas" (Jo 8,12).
• Coelho: é símbolo da fecundidade, aplicado mais acertadamente à Igreja, que gera, por meio do batismo, novos filhos para a comunidade cristã.
• Cordeiro: representa Jesus Cristo, o verdadeiro "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", isto é, realiza a plena e definitiva libertação dos fiéis (cf. Jo 1,29). Ele é o Cordeiro que se oferece ao Pai na cruz. Ele é o Cordeiro que atualiza, em nossos altares, sua oferta ao Pai, dando-se a nós em alimento. Segundo o livro do Apocalipse, "a salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro" (Ap 6,10).
• Cruz: instrumento de tortura para os condenados, foi para toda a humanidade o instrumento de redenção e salvação. Jesus dizia: "Quando eu für erguido da terra, atrairei todos a mim" (Jo 12,32).
• Fogo: nasce da faísca de pedras, representa Jesus que deixa a pedra fria do sepulcro e ressuscita para a vida.
• Girassol: a flor do girassol, voltada para o sol, representa a comunidade dos fiéis, que se volta para Jesus, a verdadeira luz do mundo.
• Ovo: indica a promessa de vida nova. O costume de presentear pessoas com ovos de chocolate só surgiu na época em que se desenvolveu a indústria de chocolate. Antes, os ovos de galinha eram pintados com cores vivas e presenteados a pessoas queridas. Era costume também colocar neles mensagens de Páscoa.
• Votos de felicidade e presentes: indicam a alegria dos cristãos, ao reconhecerem que Cristo nos libertou do pecado e da morte; abriu-nos as portas da comunhão definitiva com Deus; Ele está sempre conosco e nos alimenta a esperança de vida melhor.
Aspectos Simbólicos e Pastorais
A ressurreição de Cristo e a liturgia do dia da Páscoa foram temas de nossa reflexão no encontro anterior. Agora vamos ocupar-nos com os símbolos pascais e algumas indicações de como dinamizar a celebração.
• Espaço da celebração. Ao preparar o espaço da celebração, a equipe de liturgia deve considerar o clima de alegria e de festa: cor branca, flores, algum cartaz com frase alusiva à Ressurreição (por ex.: "Cristo ressuscitou! Aleluia! Ou: Cristo venceu a morte e vive para sempre!").
• Círio pascal. Mantenham-se em destaque o círio pascal e a pia batismal.
• Procissão de entrada. Envolver com faixa branca a cruz com o crucifixo, que precede a procissão: símbolo da vitória de Cristo sobre a morte.
• Ato penitencial. Com vista a recordar aos fiéis os compromissos do batismo, pode-se realizar o rito de aspersão com a água abençoada na vigília pascal.
• Glória. Durante o canto do glória, pode-se repicar o sino e tocar a campainha (Outras sugestões, no livro Semana Santa - preparar e celebrar, indicado na bibliografia).
• Evangelho. Para a proclamação do evangelho, é recomendável organizar uma pequena procissão com o evangeliário, circundado por velas acesas e incenso. lncensá-lo antes da proclamação do evangelho. Após a proclamação, um grupo de adolescentes, sobre patins e em vestes brancas, percorre os corredores da igreja, formando harmoniosa coreografia, mostrando faixas ou cartazes alusivos à Ressurreição.
• Apresentação das oferendas. Na procissão com as oferendas (pão e vinho), pode-se levar um arranjo de flores brancas, expressando a alegria pela ressurreição do Senhor.
• Abraço da paz. O abraço da paz pode ser deixado para o final. Então os participantes poderão expressar mutuamente votos de Feliz Páscoa!
• Bênção final. Para a bênção final, convém utilizar a fórmula solene própria para o dia de Páscoa (cf. Missal Romano).
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